terça-feira, 6 de abril de 2010

Para os tolos.

Minha mente corrói e gira
Gira em um ríspido combate com a angústia
que te envolve
Sob teus panos sujos
vejo a luz decaindo
Sob teus olhos nus
Enxergo o ódio refletido
Meus sentidos estão emaranhados em tuas mãos
Então, vivo o ontem
Pois o hoje pouco agrada
E o amanhã sempre nos ilude
Essa morte-vida, vida desvairada
Esse tempo que passa
e leva o tempo que passou
Mantendo a razão encubada
Leva tempo, lava a alma
mas deixa o sopro, o sopro que acode o tolo...
Tolo que crê, que ama
Um estulto que pensa e se desencontra.

De poesia e amargura

Sou um poeta, um mágico sem cartola
Um palhaço da vida, sou um ator...
Sou aquele que busca pela verdade
Sou ingênuo e vivo por amor
Sou também louco e
Bêbado de paixão
Sou suicida frustrado
Tenho sonhos sem cor
É com aço que cubro as feridas
É com fogo que engano a dor
Sinto a luz, ouço a amargura
Arranha meus ouvidos
Enquanto me sento ao lado da incerteza
E declamo até os céus
Que respiro em teu nome
E te idolatro sem rancor
Angústia persiste
Consome o corpo, consome a alma
Inquieta minha mente
Procurando sua presença naquele único instante,
onde sua fala encontra meus lábios...
Nesse momento de êxtase,
o sangue pulsa e inspira o coração,
Encorajando-o...
A bater, bater mais forte por ora
E esse som sussurra o teu nome
Logo devolvendo-lhe o doce sabor
Enquanto os lábios meus
Tentam encontrar os teus...

Ponto.

Sem vida
Sem escrúpulos
Sinto-me fantasma
Sinto-me defunto

Nesse vazio que envolve
Não vejo medo, não vejo futuro
Enquanto essa angústia me encobre
Tento o perdão, mas apenas sussurro

E de tanto tergiversar
Sobrevivo a esta loucura
E deixo minha mente cessar.